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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Três atores e seus objetos mágicos

A conheceu B na faculdade. Antes de começarem as aulas, numa das provas de ingresso. Sem saber se entrariam ou não, com as esperanças um tanto quanto abaladas, fizeram um vínculo sincero, sem qualquer tipo de certeza oral. Passou-se o tempo e passaram no vestibular. Passou-se mais um tempo e esse vínculo foi ficando cadavez mais forte e, profissionalmente, o respeito crescera a tal ponto que um se tornou fã do outro. Os segredos começaram a surgir, a vida pessoal e profissional começou a se juntar de tal maneira que, quando começavam a falar das coisas de família já entrava o assunto da profissão que tinham escolhido.
Falavam de medo, angústia, alegrias, medo de novo. O medo sempre foi um sentimento presente na vida dos dois indivíduos. Outro sentimento que não faltava era o amor. A aprendeu, nesse tempo de convivência e troca de experiências que somente o amor é capaz de anular o medo, de tornar qualquer sentimento tão pequeno a ponto de torná-lo insensível. E assim, continuaram na caminhada de formação...
Sempre gostaram de alguns objetos, de alguns brinquedos. Em primeiro lugar os livros. Sempre guardavam livros na cabeceira, na mochila, debaixo do braço, nas mãos. Às vezes nem os liam, mas os guardavam. A aprendeu outra coisa: que todas as pessoas precisam andar com um livro, eles conseguem ensinar muitas coisas mesmo sem serem abertos, principalmente o fato de você poder abrí-lo a qualquer momento e aprender mais um pouco.
Tem também os cigarros, que dispensam comentários. Talvez sejam os melhores amigos da dupla A e B. Onde vão, carregam consigo aquele objetozinho pequeno e tão fodidamente maléfico à saúde. A e B ainda não se preocupavam com isso. E talvez demore um grande tempo até que se preocupem e cessem por ali mesmo a relação íntima e amorosa com o Marlboro Light e Dunhil.
Outro objeto, este o mais mágico de todos para a dupla, é o palco. A pede licença para subir e B gosta de estar nele. Nenhum dos dois, ou A, principalmente, não consegue nem explicar o que sente quando está, mesmo de passagem, sobre um palco. Vazio ou não, o palco é a coisa mais impressionante, mais apaixonante, mais amada pela dupla A e B.
A garrafa de café, presente nas casas dos dois, é, quando se juntam (principalmente quando C está presente), o objeto mais usado pelos três. C está nesta história desde o começo dela, mas nas férias das aulas ele fica meio que ausente, por isso não está mais presente. Contudo, posso afirmar que o único objeto que não faz mais parte da vida de C é o cigarro, de nenhum tipo, o resto, os três se parecem muito. E se não fossem tão diferentes, não seriam o trio A, B e C.
A gosta de escrever, B gosta de falar. A ainda tem uma paciência, B vive sem paciência. A ri muito, B prefere sorrir somente quando não consegue segurar o riso. A faz questão de ser legal, B faz questão de que pensem que não é tão legal assim. E C fica no meio dos dois, fazendo o balanceamento e tantando mostrar que as coisas são muito bonitas, além de reclamar um pouco, gongar as coleguinhas. Os três gostam de soltar veneno, de vez em quando, pra se vingarem de quem também faz isso sem dó nem piedade!
A ama B e C. E ele sabe que é recíproco!