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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Base

Desaprendi a sentir
A diferença entre ser
E sentir a sentença.

Dois machados batem
Na porta na frente
Da fronte.

Inescrupuloso sentido
Surge no inconsciente
A resposta para o caminho.

sábado, 6 de outubro de 2018

ode a onda

arrebentado em pedras beiradas o mar, cheguei a sangue e carne aberta na aldeia. onde estive para merecer tamanho castigo? corre, corre, corre, menino que o lobo não tem medo das orações que fezes, nem do tamanho do seu deus, o lobo vem c0me-lo, vem arrebata-lo as paredes construidas, ditas naturais, dos corpos. água do mar, em toda sua força, bate em parede de pedras. forma-se uma tempestade. a água do mar se torna agressiva. a pedra, estática, é doentia.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Da outra vez

Tudo parecia um filme
Não conseguia distinguir realidade 
E a ficção tomou conta da percepção 
Um diálogo cênico 
Um contato truncado 
Acabou com o meu desejo de desejos.
Fiquei aberto 
Abri feridas
Sujei meu nome
Perdi o amor da minha vida. 
Atirado sobre o asfalto
Da melhor cidade da América do Sul 
Entre os corredores da instituição falida,
Não de afeto,
Perdido 
Só que cego em tiroteio
Alagado.
Abrem-se espaços 
O peito que seja atirado
Acertado com orgulho 
Que baixe a cabeça,
Tudo em ordem.

Foi

De algum momento,
tenho a impressão do gozo puro,
aquela sensação de transe.
Ritualisticamente profano.
De algum ponto,
tenho a lembrança de um carinho arrebatador,
muito mais que fraterno.
De nós faço essa síntese.
De mim, agora,
me acabo em mim mesmo.
É o fim do caminho.
É a pausa.
É a pedra de Drumond.
Pra ser, quiçá,
o passarinho de Bandeira.