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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Corre, Ana, corre

Sra. Ana tem lá seus 50 anos. Sim, acredite se quiser, mas ela tem essa idade. Para você que a olha, dá-lhe uns 60? Mais? 80, então? Mais! Muito mais idade para essa mulher desesperada. Tão desesperada que se sente na obrigação de ficar zanzando na cabeça dos outros, como se as pessoas fossem obrigadas a passar pelo mesmo desespero que ela. Poupe-nos sra. Ana, não temos que dar conta dos seus pensamentos ou inquietações. Vivemos em um mundo móvel demais para pararmos e refletirmos sobre o que você está pensando. Aliás, pensar nesse mundo é tudo o que não podemos fazer. Falar ainda se pode, um pouco, desde que você esteja completamente certo de que aquilo tem mesmo alguma necessidade para alguém. E me desculpe, o que a sra. tem pensado não diz respeito a mim, mas só a você. Corra, Ana, corra contra o tempo, corte todo o vento e vá encontrar seu lugar, mulher. Eu não quero entrar em seu apartamento e encontrá-la lá, definhando como sempre ficara. A vida é longa demais pra quem anda devagar e curta demais pra quem corre. Mas você se arrastou tanto pela vida que agora, só correndo para conseguir chegar onde todos estão. Corre, Ana, corre.

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