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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cérebro x Coração

Há um tempo eu poderia vestir minha armadura e ir à guerra contra alguém que tentasse desafiar e/ou colocar em cheque a minha visão de mundo e, principalmente, a minha visão de mim mesmo. Brigaria com espadas, se preciso. Perfuraria o coração alheio sem dó nem piedade. Perfuraria até meu coração na tentativa de manter ilesa a minha dignidade de realmente saber de alguma coisa, de ter certeza de qualquer coisa que no fim, não contribuía tanto quanto eu precisava.
Hoje os tempos são outros e junto com o outono posterior veio a incerteza de tudo. As bases do meu castelo se esfarelaram como pão velho e lá se foram todos os troféis ganhos nas guerras anteriores. Hei de lembrar algum dia daqueles momentos... e não sei, mas penso que hei de me arrepender profundamente de não ter tentado nem mais um pouco. De não ter aberto mão de uma quase-certeza (vejo o que eram hoje. Na época, lembro-me: não haviam certezas mais certas que aquelas) pras coisas que aqueles outros corações tinham pra me dizer. Nas últimas guerras assumo que fui responsável por várias vítimas. Mas assumo, aqui, que a maior vítima foi esta que vos fala.
Não sei. Só sei que depois desse outono há de vir um inverno, outro inverno. Um verão. Outro verão! E assim, o tempo há de passar e eu hei de passar com ele, sem mais certezas, sem mais guerras comigo mesmo e contra corações alheios. O que eu mais tenho quisto são cafunés na cabeça que ajudam a aquecer o coração. E tenho quisto poder aquecer o coração alheio com o que mais tenho a oferecer: amor!
Ah, o amor... neste tempo atual descobri que ceder à vontade do meu coração é o que mais me deixa feliz. E nem me sobra tempo para medir se é certo ou errado. Descobrir? Espero morrer sem saber dessa!

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