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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O menino que acreditava em anjos

Era uma vez um menino que, já há algum tempo, tinha deixado de acreditar em Papai Noel, Fada dos Dentes, Lobo Mal, Bruxas, Duendes e Anjos. Que coisa triste, não é? Esse menino, desde muito pequeno, vinha alimentando em si a necessidade e guardado provas da existência desses seres desconhecidos e mantidos somente nas lembranças e memórias infantis. Infantis, mas ele foi crescendo e mantendo tudo isso no peito. Só que de us tempos para cá essas coisas foram esfriando e tomando lugar somente da imaginação não muito convincente do menino. O menino foi guardando essas informações em um lugar tão profundo e tão escuro que elas se perderam. Ficaram vagando, perdidas.
Um belo dia de chuva, tudo mudou na vida do menino. Ou tudo voltou a ser como devia ser. Ou tudo estava começando a ser como era, mas que tinha muito que vir a ser. Não sei, só sei que foi assim: subindo os poucos degraus que existiam para serem subidos, o menino procurou no primeiro bolso o seu bilhete mágico de volta para seu mundo. Isso já pressupõe que o menino havia ido a outro mundo. Ops, me confundi. Vou começar do começo.
O menino mora em um mundo não muito distante e foi visitar um elfo seu amigo no mundo vizinho. Para chegar lá, ele pegou uma nave espacial que usava como passagem um bilhete mágico. O menino tinha dois. O primeiro ele usou para ir e na volta o menino enrolou e não tinham mais naves espaciais, então o menino decidiu ir voando para o seu mundo quando de repente, apontou na pista de naves espaciais uma, sozinha, brilhando como uma estrela em meio a chuva. Foi nessa mesma que o menino entrou, crendo que seu bilhete mágico estava com ele. Procurou no primeiro bolso e nada. No segundo e no terceiro e em todos, obtendo o mesmo resultado. E agora? O menino tinha perdido seu bilhete mágico! Desesperou-se e disse para o monstro que pilotava a nave: "Senhor, eu perdi o meu bilhete mágico e não tenho dinheiro". O senhor o pediu para descer, enquanto parava a nave para pegar outro passageiro. O menino insistiu com o piloto sem resultado e foi então que o passageiro que tinha acabado de entrar disse: "Pode seguir, sr. monstro, eu passo o menino" e  tirou um bilhete mágico do bolso e passou o menino na girolândica da nave. O menino que, se descesse ali teria que passar por uma constelação perigosíssima com roubadores de vida e felicidade dos outros, agradeceu muito ao passageiro secreto e ao descer, caiu-lhe a ficha: ele tinha encontrado um anjo. E foi aí que o menino passou a acreditar de novo em anjos.

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