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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Amor

O amor é um sentimento esquisito. É a contradição materializada em sentimento. É a possibilidade de perceber e ver-se em piores e melhores momentos. É padecimento. É o grotesco transformado em manhãs de céu limpo e brisa leve. É o bem estar retocado de aflição. É o ser acima do fazer. É a visão mais turvada dos olhos perfeitos. É aquilo que os grandes mestres tentaram definir mas que nunca conseguiram (Talvez Camões*). A definição do amor escapa-nos por entre os dedos, deixando-nos um perfume agradabilíssimo a todos os sentidos. É medo, é coragem, é força, é folhagem. 

*Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Soneto 11, de Luiz Vaz de Camões).

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