A serpente sagrada e colorida, representada pelos capins da beira dos rios usados para transe e que dão urtiga na boca e pele. Ela é um Xangô.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
No meu ori
No fogo, calor
na terra rasteja
na água é flor.
Yabá é líquida
Cobra no mundo rodeia
na chuva renova
na terra floreia.
No meu ori
xangô solta o brado
oxumarê cobreia
oxum um som manso
oxóssi me pia.
chá pra tosse -
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Pra um amigo chato,
domingo, 14 de agosto de 2016
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
"Não sabe se" ou O tiro na culatra
Não sabe se morde ou se lambe,
Se queima ou se molha,
Se acaricia ou arranha,
Se ele mostra ou se esconde,
Se normal ou estranho,
Se bonito ou medonho.
Olha nos olhos e não vê o final,
Não reconhece afinal,
O que esperava atentar.
Se alenta nos braços
Sem saber se ataca
Ou se beija no altar.
Figura mitológica amorfa,
Besta apaixonante,
Cachorro do mato domesticado.
No pôr do sol se ilumina,
À noite, aos jogados,
engana a retina,
De manhã some no breu da claridade.
Não sabe se volta pro mato ou pra cidade
Pra cama ou pro colo da amante,
Pras nuvens ou pras cavernas,
Pra lua ou pra marte.
O que sabe
É que é o tiro na culatra do escravo
E o tiro na culatra do patrão.
Não fica preso no tronco
Nem alimenta proteção.
Não sabe se cachorro ou se gato,
Se pega ou se corre,
Se gato ou se rato,
Se escorrega ou escorre.
Se estrada ou se rua,
Se de roupa ou nua,
Se boceta ou pica,
Se âncora ou prôa,
Se dele ou tua.
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
O limite de mim
Eu queria hoje um pôr do sol maravilhoso, meu amor do meu lado, calado. O silêncio me faria tão bem nesse momento, afinal, penso eu, que daria pra escutar o que minha mente sussurra. Quando ela grita me perco, me afobo e acabo confundindo as letras. Amor vira dor, calma vira rua e gente vira monstro. Até a rima desistiu, percebe?
Queria um espaço, pode ser pequeno, até porque meu tamanho, que outrora esteve largo, hoje se contenta com esse corpo que me representa. Hoje estou diminuído a um metro e oitenta e setenta quilos. Completei milhas dentro de mim.
Quem um dia percorreu meu eu e não encontrou saída nem final, se hoje o fizesse, assustaria com tamanho recolhimento.
Ainda escrevo, na tentativa de fazer o que me propus, que é não deixar de dizer. E poucas pessoas lerão, o que por um lado me deixa tranquilo e calmo.
Se um dia pensei que o mundo era pequeno, desfaço, pelo menos hoje, dessa crença. Engulo seco e aceito que permiti me diminuir.