Páginas

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O limite de mim

Eu queria hoje um pôr do sol maravilhoso, meu amor do meu lado, calado. O silêncio me faria tão bem nesse momento, afinal, penso eu, que daria pra escutar o que minha mente sussurra. Quando ela grita me perco, me afobo e acabo confundindo as letras. Amor vira dor, calma vira rua e gente vira monstro. Até a rima desistiu, percebe?
Queria um espaço, pode ser pequeno, até porque meu tamanho, que outrora esteve largo, hoje se contenta com esse corpo que me representa. Hoje estou diminuído a um metro e oitenta e setenta quilos. Completei milhas dentro de mim.
Quem um dia percorreu meu eu e não encontrou saída nem final, se hoje o fizesse, assustaria com tamanho recolhimento.
Ainda escrevo, na tentativa de fazer o que me propus, que é não deixar de dizer. E poucas pessoas lerão, o que por um lado me deixa tranquilo e calmo.
Se um dia pensei que o mundo era pequeno, desfaço, pelo menos hoje, dessa crença. Engulo seco e aceito que permiti me diminuir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário