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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Juca indica - "Into the Wild"


Assistir o filme “Into the Wild” pela segunda vez não é nada cansativo. Acho que nem pela terceira, décima quarta. Sempre tem algo novo, diferente para se ver nele. As relações pessoais, a relação nossa conosco mesmo, com nosso corpo e mente, juntos ou separados são temas que se há nele o que aprender.
Acho massa ter-se 23 anos, curso superior e coragem para viajar sem destino. A única coisa que aquele cara fez de errado foi se esconder diante do medo. Realmente é muito fácil ver que tem algo errado dentro de casa, na rua, em tudo e tentar fugir. Vendo de fora, penso que ele teria ajudado muito mais gente a reconhecer a ambição desenfreada, se ele continuasse na cidade, conversando com essas pessoas. Procurasse um modo de relação com as pessoas onde se despertasse nelas o indivíduo que cada um é.
É claro que é difícil conviver com pessoas que pensam diferente de você, mas é preciso também termos noção de compaixão para com o outro. Ninguém passa a acreditar em algo do nada, tipo: “nossa, hoje eu vou acreditar que aquela folha de mangueira é um deus supremo e poderoso que solta leite” . A única coisa de se acreditar assim, do nada, é o “soltar leite”.
Tudo vem de um processo da vida, onde a gente vem aprendendo coisas, descartando algumas e acreditando em outras. Até chegarmos num ponto de acreditar em algo temos muita coisa para viver. É difícil deixar de acreditar em algo, principalmente quando alguém te propõe. O ser humano é orgulhoso, mas se percebermos as qualidades que cada um tem, se nos abrirmos para vê-las, seríamos mais otimistas e passaríamos a acreditar mais na nossa espécie. Como o aprendizado é um processo, o rever as coisas de outra maneira também.
Nossa, isso aqui virou quase um texto de auto-ajuda. Voltemos ao filme, ao personagem principal: ele não deveria ter se dado por vencido pela forma de pensar na sociedade. Se ele tivesse acreditado no poder que ele tem de mudar situações talvez tivesse tentado mais um pouco.
O filme é muito bom. Trilha sonora inteira do carinha lá do Pearl Jam (Eddie Veder) - FANTÁSTICA-.

Um comentário:

  1. Então, esse filme me causou um estranhamento, quase um asco. Mas ao mesmo tempo uma identificação enorme. Vou explicar, eu nunca saíria da cidade pra me embrenhar no meio do mato... não mesmo. Mas me pergunto, quantas vezes eu mesma não consegui sentir ou mensurar o amor que estava recebendo? Buscando o perfeito, perdemos a chance de vida. Isso acontece com o personagem do filme. Ele vê tantos defeitos na humanidade que em seu caminho se torna incapaz de ver as qualidades. Bom, eu espero aprender a ser menos exigente e abrir mais o meu coração.

    Quanto ao texto, muito bom como sempre, cheio de opniões sinceras e bem argumentadas. Continue sempre.

    beijoooooooooooooooo

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