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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Humano, demasiado humano

Esses tempos tenho pensado mais em mim que nas outras coisas e pessoas. Mas é inevitável o quanto as coisas e as pessoas interferem na minha pessoa. Impossível fazer uma avaliação de mim sem considerar quem faz parte da minha vida, quem passou pelos meus caminhos, as coisas que tenho e que quero ter. Definitivamente é impossível, IMPOSSÍVEL querer estar só no mundo. Tudo interfere e está conosco, fisicamente ou não.
Essas interferências que me preocupam, porque sinto e vejo que estou mudando pra uma forma que me preocupa. Estou tendo claras evidências de que os sonhos são tão distantes que normalmente somente serão realizados por pouquíssimos. Ah! os sonhos. Que são os sonhos senão uma interferência externa e cultural a partir de um sentimento que, provavelmete, foi induzido a você? 
Vai entender. Vai entender essa cultura generalizada, que não observa o indivíduo - e quem o faz corre sérios riscos em conviver com a exclusão - e que reforça as relações por interesse, razas e vazias de afetividade. Na verdade a afetividade já é um sentimento que não se deve sentir nesses tempos e, quando se tem, é necessária a discrição, a forma menor de declaração pública. Isso tudo porque tem-se tanto medo de ficar para trás que começa-se uma cruzada contra quem gosta, confundido com os famosos puxas-saco. Portanto, sentir carinho por alguém é puxar-saco. Não pode!
A única coisa que me incomoda profundamente nessa porra toda é essa situação até constrangedora de não podermos ser amigos ou sentir afeto por alguém que, por exemplo, tenha mais grana e/ou status que eu. Que porra é essa?
E eu ainda arrisco a dizer que os fatos que chegaram a esse ponto de reconhecimento foram solidificados pelas pessoas que são invejosas e precisam de um álibi, de uma desculpa (essa é esfarrapada,diga-se de passagem) para serem lembradas e esquecidas ao mesmo tempo. Lembradas de lembradas mesmo e esquecidas no sentido de não serem reconhecidas como os "puxas". Vááá!
Na verdade tem coisa demais me enchendo o saco nessa sociedade de merda. Mas o problema é que eu sou a sociedade. kkkkkkkkk Aiai, humano, demasiado humano.

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